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Sobre boatos (Hoax) viralizados nas redes sociais - Daniel Silva Dôri




Post convidado
Por Daniel Silva Dôri 

A Web 2.0 tornou qualquer um que mantenha e atualize uma rede social um agente da comunicação que publica e compartilha informação. Sendo assim é preciso entender que todos nós temos responsabilidades sobre aquilo que publicamos na internet.

O que mais tem sido visto por aqui são boatos, calúnias, mentiras e difamações disseminadas nas mídias sociais e blogs de todas as formas, desde vídeos, posts, até os famigerados memes. Na maioria das vezes pelos perfis mais moralistas da internet, verdadeiros bastiões da "moralidade e dos bons costumes" que não pensam duas vezes antes de publicar uma suposta "notícia" que valide suas ideias mais preconceituosas sobre uma personalidade ou algum acontecimento.

As mais recentes são o suposto financiamento público a um documentário sobre o deputado Jean Wyllys e uma suposta foto de um rapaz morto pela PM do Rio trocando balas com a polícia com um fuzil. Os dois casos validam, pra essas pessoas, a polarização que separa os que apoiam a corrupção daqueles que são contra (me sinto mal por ter que escrever um absurdo desses), os desonestos dos honestos, os bandidos das pessoas de bem, os destruidores dos defensores da família, enfim como se não fosse possível pensar além dessa lógica rasa e binária imposta das eleições pra cá.

Sobre o filme, primeiro ele havia sido aprovado pela Ancine (Agência Nacional de Cinema) a captar recursos de empresas privadas por meio de Leis de incentivo fiscal para produções culturais (entre elas a Rouanet), mas isso não significa que sairá dinheiro dos cofres públicos diretamente para as mãos dos produtores, a verdade é que as empresas que patrocinariam o filme é que seriam beneficiadas com reduções de impostos. Ainda assim os produtores não conseguiram captar esses recursos com a Lei Rouanet e o documentário será finalizado através de crowdfunding (vaquinha na internet feita por pessoas que voluntariamente querem contribuir com um projeto).

Segue maiores informações no site E-Farsas.

Sobre o caso do garoto assassinado no Rio, é só mais um exemplo entre tantos outros da desonestidade que inundou a internet junto com a onda conservadora, reacionária e moralista. Puro lixo viralizado pelos adeptos da Filosofia "do bandido bom é bandido morto" e "Direitos Humanos são para humanos direitos", isso não é novo já aconteceu anteriormente com outro garoto morto com um tiro na cabeça no morro do Alemão.

O E-farsas também esclareceu esse caso.

Mas o problema não para por aí, o pior é que mesmo quando a verdade é mostrada pra essas pessoas, em boa parte dos casos elas mantém essas publicações, elas simplesmente não dão a mínima, não se importam em compartilhar mentira desde que essa mentira reafirme algo contra a pessoa ou a ideia que ele não gosta. Já presenciei pessoas se justificando: "não importa, Fulano não presta mesmo", "tá cheio desses bandidinhos por aí mesmo", entre outras coisas lamentáveis de se ler ou ouvir.

Se fala muito em crise nos dias de hoje mas o buraco é bem mais embaixo, a crise não é só política e econômica, ela também é moral e ética. Uma crise moral e ética que não restringe só ao poder e se alastra a todas as camadas da sociedade, de cima para baixo e de baixo para cima em ciclos. É preciso pensar sério sobre isso, antes que entremos num caminho sem volta.


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